NaNoWriMo 2014 – Diário 15

Sábado foi dia de mais um encontro dos ninjas do norte (grupo de escritores que participam no NaNoWriMo e se reúnem sempre que podem para conversar e escrever).
Acordei com uma dor de cabeça tremenda, e acabei o dia com uma outra dor bem semelhante, mas felizmente ao longo do dia não fui incomodada por nenhuma das duas (ou talvez fossem uma só, quem sabe?).

Não escrevi tanto como queria mas mesmo assim hoje passei a meta das 30000 palavras. Já vou nas 30301 palavras, o que significa que hoje teclei 2399. Nada mau!
Cerca de metade foram tecladas durante a tarde, por entre conversas com amigos e muita galhofa. Metade da tropa estava no sul, no Fórum Fantástico, mas os que estiveram no Porto chegaram para fazer a festa e passar uma excelente tarde na Farggi.

Mas não foi só do que escrevi que foi feito o meu dia, pois algures no fim do dia tive uma epifania maravilhosa. Fez-se luz! Sabem quando surge uma ideia que faz tanto sentido que nos surpreende como não tinhamos pensado nisso antes? Foi uam situação assim.
Mas, bolas, uma das minhas personagens que se prepare porque isto são mais más notícias para ela. Coitadinha, vai sofrer muito antes de ter o seu final fleliz. E caso se estejam a perguntar: não, não falo da Alana, a protagonista deste primeiro livro. E a epifania nem sequer tem tanto a ver com este “Água Mole em Pedra Dura”, quanto terá a ver com os livros seguintes. Isto de estar a tentar escrever uma série é complicado. Espero não me estar a meter em algo que não consiga terminar porque eu detesto deixar as coisas a meio.

Enfim, dia produtivo, a vários níveis.
Amanhã vou tentar escrever mais, logo de manhãzinha, porque tenho uma série de cenas na cabeça que eu simplesmente tenho de escrever o mais rapidamente possível, para o sentimento de novidade não passar e a vontade também.
E preparem-se, amanhã de certeza que vou dizer que matei uma personagem. Ai que eu sou tão má!

Até lá!

Primeiro instinto * First instinct

Semanário 167

Durante a revisão de um conto, que havia submetido à Fénix fanzine, uma das mudanças que me foi sugerida fez-me pensar que, por vezes as melhores ideias são as primeiras. Isto porque a mudança sugerida era exactamente a minha ideia original, que depois acabei por alterar por me parecer mais … lógica, mas que afinal de contas não era a melhor.

Muitas vezes … ou melhor … SEMPRE que tenho uma nova ideia, para conto, romance ou banda desenhada,  a história original é uma, com vários pontos de referência. No entanto, à medida que vou explorando a ideia, seja através de apontamentos, resumos, pesquisa ou mesmo a escrita propriamente dita da história, a trama vai-se alterando. Por vezes as mudanças são subtis, mas outras vezes são drásticas. O que noto, cada vez com mais frequência, é que quanto mais velho um projecto é (ou seja, quanto mais velha a ideia original é), mais estas mudanças são gigantescas, chegando mesmo a alterar quase por completo o conceito original (ou pelo menos as sub-tramas).

Conforme a situação, estas mudanças de ‘atitude’ perante a história podem ser excelentes ou devastadoras. De tanto pensarmos num determinado problema ou assunto, por vezes achamos que ao alterarmos a raiz estamos a fazer o melhor, mas podemos não estar e o resultado pode ser catastrófico.

Felizmente não foi o caso do conto que escrevi e revi, de nome “A Dança das Letras“, mas a situação fez-me pensar noutros casos.
Este tema parece-me por isso interessante e é possível que brevemente escreva um post dedicado só a isso (que vos parece). Por hoje fica também um apontamento que, além das revisões do conto, revi mais um pouco de “Dragões e seus Sacrifícios“, mas nada de muito notório.

E vocês, já alguma vez tiveram uma ideia e depois mais tarde alteraram-na de tal forma que quase deixou de ser a mesma?
Deixem os vossos comentários.

 

*English version will be made available tomorrow*

Semanário 147 (Weekly 147)

Ideias fresquinhas!
Enchi o meu caderno de ideias com … ideias. Na semana anterior julgo ter falado na vontade de participar em várias antologias, mas me faltavam ideias. Pois esta semana a coisa resolveu-se com uma afluente de ideias. Foi bastante simples. O truque acabou por ser usar o que já conhecia, ou seja, as minhas personagens e os mundos que criei, escrevendo contos paralelos (no passado, presente ou futuro) à trama original de alguns do meus romances (alguns já escritos e outros por escrever). Isto resulta em que, não só em sinta mais familiarizada com as personagens e o mundo, como me permite contar histórias que  por um motivo ou outro acabaram/acabarão por não entrar no romance principal.
Para já ainda não vou revelar quais as histórias escolhidas, mas posso já dizer que tenho ideias para contos baseados nos romances: “Alma“, “No Limiar da Vida“, “Não Apodreças nos meus Braços“, “Dragões e seus Sacrifícios” e “PFA“.
Além disso tive outras ideias em nada relacionadas com os meus romances e só espero ter tempo e disponibilidade para os trazer todas ‘à vida’.

No sábado teve lugar mais um encontro de escritores (amadores e não só) do Norte, no Costa’s do aeroporto Sá Carneiro. Dois novos membros juntaram-se à equipa e só espero que não se tenham assustado. 🙂
Para quem não sabe, estes encontros no segundo sábado de cada mês, normalmente no Porto no Guarany (embora por vezes o local se altere e há a possibilidade de encontros em Braga). Quem quiser aparecer, será sempre bem-vindo!

E durante o passado encontro acabei por não escrever nada no PC, já que saquei do bloco e estive a estruturar o conto que, se tudo correr bem, irei submeter à antologia “A Fantástica Literatura Queer“. Vamos ver se consigo terminá-lo antes do fim do mês, quando ainda nem o comecei.

Para terminar, algures a meio da semana uma lâmpada se acendeu no meu cérebro e o calendário piscou. O ScriptFrenzy está a chegar e eu já estou a stressar. Este ano estava decidida a dedicar-me à escrita dum guião de BD em Março, para finalmente sair vitoriosa no desafio irmãozinho do NaNoWriMo, mas com tantos contos a implorarem para serem escritos e tantas outras coisas para fazer, receio que nem este ano seja possível. Março não é mesmo um bom mês para mim, mas vou tentar.
Quem vai fazer o ScriptFrenzy? (não se esqueçam de aparecer no fórum de Portugal)

*English
Fresh ideas!
I filled my idea notebook with … ideas. Last week I believe I told you of my wish to participate in several anthologies, but also my lack of ideas. So this week things changed with a wave of ideas. It was pretty simple. The trick was to use what I already knew, in other words, the characters and worlds I had created, writing parallel short-stories (that take place in the past, present or future) for my novels (some already written, others not). This means I feel more comfortable with the setting and the characters, which also allows me to tell stories that, for one reason of the other, never made it/will make it to the final novel.
For now I won’t reveal which stories I chose to tell, but I can tell you that the short-stories are ased on the following novels: : “Alma“, “No Limiar da Vida (On the Edge of Life)“, “Não Apodreças nos meus Braços (Don’t Rot in my Arms)“,Dragões e seus Sacrifícios (Dragons and their Sacrifices) e “PFA“.
Besides these, I had other ideas not related to any of my novels and  I only hope to have time to get ‘bring them all to life’

On Saturday another writers’ from the North meeting took place, in Costa’s at the airport in Oporto. Two new members joined in and we only hope they didn’t get scared away. 🙂
To those unaware, these meeting take place every second Saturday of every month, usually in Oporto at Guarany’s (although sometimes the location changes and there’s the possibility some meetings will be in Braga). Anyone is welcome!

And during that meeting I wound up not writing anything on my laptop, as I used only my notebook to write down the structure for the short-story I intend on submitting to the anthology “A Fantástica Literatura Queer“. We’ll see if I can finish it before the end of the month, even not having yet started it.

As a final note, somewhere in the middle of last week a lamp light up in my brain and the calendar flicked. ScriptFrenzy is around the corner and I’m already stressing about it. This year I had every intention on dedicating time to writing a graphic novel script, and finally be victorious on NaNoWriMo’s bother challenge, ScriptFrenzy, but with so many short-stories lined up for writing ad so many things to do, I fear it will be another failure in that department. March really isn’t a great month for me.
So, who’s trying ScriptFrenzy this year?  

Nos meus outros blogs (On my other blogs):
Liebster Blog;
– “A Vingança do Lobo“, de Vitor Frazão

No exterior (On the Outside):
The Biggest Mistake Most Writers Make, no Write to Done;
WordPlay: Bookisms, no Creatspace;
Eight Simple Tips for Editing Your Own Work, no Write to Done;
A Writer’s Guide to Punctuation, o WordPlay;
Mastering Words: Transform Your Writing Weakness into Strength, no Write to Done;
The Business of Writing: Operations, no blog de Patricia C. Wrede;
19 Reasons Why You’ll Never Finish, no Soul of a Word;
The Power of One, no Remalda Publishing;
Starting the Second Novel: What I’m Doing Differently, no A Bran Scientist’s take on Writing;
When You Cut a Scene You Like, Save It!, no Creatspace;
Sometimes a cigar is just a cigar, no Crónicas Obscuras;
Preparing for beta-readers, no blog de Deanna Knippling;
What makes a book magical, no Writer Unboxed;
Are You Making Your Characters (and Yourself) Look Stupid?, no WordPlay;

Semanário 78

Sem querer perder tempo, comecei  trabalhar nas revisões do Angel Gabriel logo na segunda-feira, mas conseguem imaginar o que aconteceu logo no início?
Pois claro! Tive vontade de atirar com a primeira página contra a parede.
Felizmente foi só a primeira página que me deixou irada.
O primeiro parágrafo está quase perfeito, até porque demorei dois anos a conseguir arranjar uma primeira frase que captasse a atenção de imediato (mau era se ainda não estivesse satisfeita com isso), mas o problema foram os parágrafos seguintes, mais propriamente do segundo ao décimo. Simplesmente não consigo transmitir a urgência da situação. As palavras parecem feitas de gesso, imutáveis. E isso irrita-me!
Assim sendo, e não estando com cabeça para tentar reescreve-los pela milésima vez, passei à frente e voltarei a esta guerra quando terminar o resto da revisão, ou quando me sentir com fôlego para tal.
Dei por algumas inconsistências narrativas, nomeadamente o facto de eu num sítio dizer que a maioridade era aos 16 e noutro dizer que era aos 13 anos. Mudei e ficou aos 16 (lembrem-se que esta história não se passa no tempo presente mas sim num futuro pós-apocalíptico onde as raparigas são incentivadas a terem filhos a partir do momento em que ficam com o período por isso 16 anos nem é nada cedo).
Como praticamente não fiz mais nada no dia todo, consegui corrigir toda a primeira parte do livro, que consiste em 72 página. Nada mau!

Já na terça feira continuei a revisão e encontrei mais umas quantas inconsistências na narrativa, que felizmente foram facilmente resolvidas. Cheguei às 140 páginas no fim da noite, sem ter uma única crise de “destrói tudo e volta a escrever”. Progressos! XD

A quarta-feira foi um pouco mais lenta porque não resisti a começar a ler o livro “Mockingjay” da Suzanne Collins, o que, claro está, tirou algum tempo às revisões. Felizmente consegui organizar-me.
Um dos erros que eu cometi mais vezes foi o uso e abuso do “eu” e seus ajudantes. Como escrevi a história na primeira pessoa, caí várias vezes no engodo do: “Encostei as minhas costas…” quando claramente ele estava sozinho e não havia costas de mais ninguém para encostar.  De cada vez que dava de caras com um destes, apetecia-me rir.
Mas o que de melhor fiz na quarta foi escrever mais de 2000 palavras com pormenores sobre algumas das cenas mais importantes que planeio introduzir no Vermelho Sangue (quando o escrever, claro). Não resisti e tive mesmo de parar a revisão para vomitar no papel as ideias que tinha.
Por falar me Vermelho Sangue, esta música cai que nem uma luva no tipo de relacionamento que a Edana e o Farrell têm no livro. E viram? Mudei os nomes! XD A Edana é a antiga Naru e o Farrell é o antigo Ken.

Já na quinta-feira descobri que ao mudarmos um pequeníssimo detalhe numa cena, acabamos por mudar a cena toda. Tive de reescrever totalmente uma cena bem importante porque decidi que afinal não precisava envenenar uma personagem. Deu um trabalhão dos diabos, mas serviu bem para desanuviar e até foi divertido.

Na sexta-feira voltei a ter de fazer pesquisa. Animais de caça, frutas de inverno e temperos que crescem nas maiores adversidades. Coisinhas pequenas que me deram algum trabalho a pesquisar, mas que se mostrou até bem informativo.
No fim dei-me conta que tinha reescrito de raiz dois capítulos inteiros (e ainda tenho de continuar por mais um). E eu que não tinha ideia de fazer grandes mudanças, mas acabei por ter de alterar algo muito importante na história, para bem das minhas personagens.
Depois ainda tive uma outra ideia para um conto que tenho intenções de submeter para a antologia “Pesadelos de uma noite de Natal“. (Podem ver AQUI o regulamento). Esta ideia foi a que eu mais queria, que envolve a lenda do Galo de Barcelos.
Andava há meses a tentar ter uma ideia inteligente para uma história de terror baseada na lenda, mas como devem imaginar “galos” não são uma fonte de grande terror, por isso só mesmo na semana passada é que tive uma ideia luminosa que, se for executada convenientemente, pode sair qualquer coisinha de jeito. Só vou é ter de ter cuidado em nunca mostrar a ninguém de Barcelos, senão vão me “enforcar” por eu andar a difamar o bom nome do nosso Galo. XD

Já no fim-de-semana não fiz nada porque no Sábado fiz uma maratona de “Dexter” e no Domingo estive ocupada a preparar as coisas para acampar entre o dia 1 e 3 de Setembro.

Externamente:
Know more than your readers, uma dica que parecem básica, sobre a construção de personagens, mas que às vezes o autor se esquece de pôr em prática

Iogurte de Pimenta 00

Iogurte_com_pimenta_01Já alguma vez tiveram uma ideia tão descabida, mas tão descabida, que acabava por ser genial?

Pois …. eu de vez em quando sofro desse flagelo.

Cansada de ser a única que as acha engraçadas e disparatadas, vou então partilhar alguns destes segredos com vocês.

As ideias mais originais dos últimos tempos.

Não vos garanto é que façam muito sentido.

Ficam avisados.

Nota: Esta rubrica não é semanal. Vai aparecendo em conformidade com o meu estado de espírito e especialmente quando surgir algo digno de registo.

Semanário 33

semanario_2A semana passada foi uma de adaptação. Comecei um novo trabalho e tive de me ajustar aos horários (um pouco esquisitos), ao local (algo reduzido) e aos colegas (que felizmente são simpáticos).
Não posso dizer que tenha escrito muito, mas como podem comprovar consegui ao menos escrever um Conto. Nada mal para quem já não o fazia há mais de um mês.
O meu querido Pai já saiu do hospital (mais cedo do que o previsto) e isso claro, também ajudou a acalmar-me um pouco.
Na noite passada (de domingo para segunda) tive um pesadelo que me deu ideias muito boas para uma história. Não revelo muito, mas posso dizer que fala de uma epidemia que leva os humanos à loucura, segundo certos parâmetros e em certas circunstâncias especiais. A ideia parece-me boa e pretendo que a história seja focada nos vários lados da “realidade” dos factos, o que significará que terei pelo menos três personagens principais. Uma delas será uma mulher que tinha pretensões de desistira de viver quando reencontra o filho que julgava morto. Isso dar-lhe-á forças para não desistir e deixar-se levar pela epidemia. Esta vertente da história será das mais dramáticas porque ela vai ter de passar por muito de forma a proteger o filho. Vai ser diferente do que eu normalmente escrevo, no sentido que o amor aqui será paternal e não entre homem/mulher. Acho que vai ser uma experiência muito boa.
Claro que pode-se dizer que veio em má altura. Tenho de reescrever o “Angel Gabriel” e depois tenho outras coisas em mente. Estas novas ideias são sempre tão tentadoras, mas ao mesmo tempo … bem, sinto que não é a altura mais acertada para a escrever. Claro que posso mudar de ideias se começar a sonhar acordada com isto. Para já é só uma ideia vaga (e eu, tristemente, espero que para já continue assim) e por isso não tenho aquela vontade insuportável de começar a escrever tudo no papel (como aconteceu com o “Através do vidro” e que eu infelizmente não aproveitei quando o devia ter feito).
Bem, neste momento repito que é bom que não me tire o sono. Mas se chegar a isso, não vou cair na mesma asneira de quando me surgiu o “V.I.D.A.” e o “Através do vidro”. Não aproveitei a onda e acabei por me afogar (ou seja, já não tenho a mesma pica de antes).
Este novo projecto, digo, ideia, ainda não tem nome. Mas a seu tempo algo há de me surgir.
Entretanto esta semana prometo uma Opinião, possivelmente (não prometo) um novo Momentos e pretendo ter no mínimo um novo Conto.

Vemos-nos por aí (ou nem tanto).

Semanário 13

semanario_7Finalmente consegui terminar uma das cenas que considero ser mais cruciais no “Angel Gabriel“. Demorou, mas lá consegui.

Contagem: 65 000 palavras

A semana que passou foi fértil em ideias para outros projectos, vi-me especialmente entranhada numa ideia que já havia surgido em Dezembro e que tem o nome provisório de “PFA“. Tinha tantos pensamentos, tantas concepções sobre esta história que tive de ter muita força de vontade para não largar o “Angel Gabriel” e ir a correr escrever este novo livro.

Deve acontecer aos outros também, mas eu vejo-me constantemente inundada por boas ideias. Tantas que acho que uma vida inteira não será suficiente para as expor completamente, especialmente se continuar a ser bombardeada quase todos os dias, como tem acontecido recentemente.
Não me interpretem mal! Eu adoro ter imaginação fértil, mas é bastante frustrante quando sei que não posso escrever tudo ao mesmo tempo e especialmente quando perco algumas boas noções, só porque não tenho papel e caneta por perto (o que felizmente acontece muito raras vezes, já que eu ando sempre com estas duas coisas atrás de mim).

Não vou dar pormenores sobre “PFA” porque  ainda está numa fase muito prematura, embora já tenha uma ideia bastante sólida sobre o que será e até aonde irá, e deixem-me que diga que irá longe (em contagem de palavras e quantidade de volumes)

Não vai haver excerto esta semana, porque tudo o que escrevi revela mais do que o que pretendo expor da história central de “Angel Gabriel“. É o resultado de estar a aproximar-me do final.