Percurso na escrita de Guião para BD – Parte 2

A segunda parte de “Percurso na escrita de Guião para BD” debruça-se sobre a banda desenhada “Que Sorte a Minha“, que fiz em colaboração com a Natacha Salgueiro, e que foi publicada integralmente no Jornal Barcelos Popular, entre 2006 e 2007.
Este vídeo é longo! Depois não digam que não avisei. 🙂

Co-autoria (Semanário 111)

A semana que terminou, foi até bastante preenchida a nível literário. Trabalhei todos os dias (tirando fim-de-semana) no “Dragões e seus Sacrifícios“, e estou bastante contente com os resultados. A história escapou-se ao meu controle e tomou vida própria, o que me proporcionou autênticos momentos de surpresa. Redescobri algumas das personagens e conheci outras, além de que tenho agora uma noção clara de como vou chegar ao fim da história (até aqui sabia qual ia ser o final, mas não o exactamente o que levaria a ele – são aqueles detalhes que só desvendamos quando estamos a escrever o romance pela primeira vez).
Estou confiante que muito em breve terminarei este romance e poderei passar a outros assuntos literários.

Também na semana passada surgiu uma oportunidade interessante de parceria com um desenhador, para fazer uma BD. A ideia é que eu escreva o guião e ele desenhe. Não vou revelar nomes, para já, porque ainda nada é definitivo, mas assim que souber algo em concreto deixarei aqui mais pormenores.

Noutro assunto, na quarta feira passada enviei participações para dois concursos, e estou a ponderar mais alguns. Não sei se sou só eu que tenho um pouco de ‘receio’ destes concursos, mesmo dos que sejam claramente legítimos, pois por vezes têm cláusulas que provocam algum incómodo. No entanto, acho que pesando bem os prós-e-contras, não são uma alternativa má. Não vou referir quais os concursos em que participei, nem as obras que submeti (embora este último ponto seja quase óbvio), para não dar ‘azar’ (não acredito muito nestas coisas, mas de que serve andar a contar a toda a gente, se há a grande probabilidade de no fim não dar em nada?)
Noutra nota, nos últimos tempos tenho pensado, com uma certa frequência, nos livros escritos a duas ou mais mãos (também as antologias me têm populado as ideias, mas isso é outro assunto). Sempre tive alguma curiosidade em perceber como dois autores, que possivelmente moram longe um do outro e têm estilos um pouco diferentes, conseguem co-autorar uma obra literária que não fique uma confusão total.
Na verdade já o fiz uma vez, há muito tempo atrás, nos primórdios da minha jornada narrativa. Foi com a amiga (Natacha Salgueiro), cujo talento invejei e que acabou por ser o motivo principal porque me meti a escrever as minhas primeiras histórias. O nome desse trabalho conjunto ilude-me neste instante, mas lembro-me bastante bem do que falava. Na altura eu e ela decidimos qual seria a trama central e cada uma de nós alternava a escrita de um capítulo. Foi interessante, mas não pensei nunca voltar a fazê-lo.
Hoje em dia vejo as coisas de um prisma um pouco diferente. Se por um lado gosto da independência que escrever sozinha me traz, por outro parece-me que seria um desafio muito interessante escrever um livro em co-autoria com outro/a escritor/a.
Não é que esteja a ponderar fazê-lo nos próximos tempos (tenho demasiados projectos em mãos, para me arriscar em algo semelhante), mas quem sabe, um dia?

E vocês? Já o fizeram alguma vez, ou gostariam de fazer? Têm alguma ideia de com quem gostariam de trabalhar em algo assim?

No Floresta de Livros:
Soberba Escuridão – divulgação;
– Top Ten Tuesady – Books you lied about;
– Booking Through Thursday – Rotina;
– “A Filha da Floresta“, de Juliet Marillier.

No exterior:
Return to Writing in Six Steps, no How Not to Write;
Tertúlia Literária do Clube Ana, no Cadernos de Daath;
How Does Reading/Writing Fantasy Feel?, no The Enchanted Inkpot;
Why it isn’t about the Big Publishing Deal, no The Innocent Flower;
Break these rules, no Soul of a Word;
Beating the Odds, no EEV’s Blog;
Has your protagonista changed his ways?, no WordPlay;
So you want to be a professional writer?, no Writer Unboxed;
Why Science Fiction needs Violence, no Tor.com;
The Narrative Arc of a Few Remarks, no Soul of a Word;
The Sky is Falling! Will Be Falling! Might Be! Maybe…, no blog de Karina Copper;
Eis, A Meu Ver, O Rosto Do Verdadeiro Terror, no Efeitos Secundários;
The Juggling Act, no Writer Unboxed;
Are Happy Endings a Must?, no WordPlay.

Esta semana houve também lugar para uma troca de opiniões sob a forma de blog posts, sobre o FC&F em Portugal, e a exigência literária que deve ser presença nacional:
A Estrada e a Catacrese, no I Dream in Infrared (em resposta a “Hipérbole e Consequência“);
Road to Nowhere, no Blade Runner (em resposta a “A Estrada e a Catacrese“);
Ala … Triste – Uma última opinião, no I Dream in Infrared (em resposta a “Road to Nowhere“)
Hell hath no fury like a worn cliché, no Blade Runner (em resposta a “Ala … Triste – Uma última opinião“);
São bandos de pardais à solta, no Efeitos Secundários (em relação a todos os posts anteriores);

Semanário 65

Com a minha, já característica, cabeça oca, esqueci-me por completo de escrever o Semanário na 2ª feira, como era devido.

Bem, mais vale tarde que nunca, não é?

Como puderam confirmar (ou não) no passado Domingo , tive uma nova ideia para outro projecto, desta vez chamado Número 366. Foi uma ideia estranha que me surgiu de repente, não sei bem porque razão, mas que eu achei que tinha potencial. Vamos ver até onde consigo ir com isto. Supostamente daria uma história com, pelo menos 366 pequenos capítulos, possivelmente mais, mas quem sabe?

A minha ideia é usar isto para me auto-incentivar a escrever um conto semanal, para cada uma das tresloucadas e fantásticas versões desta peculiar personagens, presentemente ainda sem nome, mas conhecendo-me como conheço, não seria de estranhar se falhasse várias vezes. Vou tentar, e enquanto tento, sempre vou escrevendo alguma coisa., não é?

Noutra notas, continuei com a revisão do V.I.D.A. e terminei-a. O mais espantoso é que lembro-me de que quando terminei de escrever o V.I.D.A. estava convencidíssima que ira ter de reescrever tudo (podem ver o post onde afirmei isso mesmo), mas assim que comecei a revisão percebi que não era bem assim, e agora, chegada ao fim da primeira revisão, não sinto a necessidade de mudar quase nada. Só tirei umas coisas que estavam a mais, corrigi erros ortográficos e pouco mais, o que é, diga-se, um alívio!
É a primeira vez que me acontece e fico contente, pois acho que consegui aquilo que queria. Claro que poderia polir muito mais o trabalho, mas este V.I.D.A. não pretende ser uma obra profunda e parece-me que cumpre o objectivo perfeitamente.

Vou começar a dar a ler a algumas (poucas) pessoas e depois vou fazer as revisões finais e começar a enviar para editoras. Não ficaria surpreendida se começasse a sondar com o V.I.D.A. antes de que com o Angel  Gabriel, o que não deixa de ser triste.

E acho que não há mais nada a dizer, além de que, a razão porque não fiz mais na semana passada, é que estive ocupada a preparar um convite de casamento muito original (não o meu). Devo também dizer que para este pequeno trabalho tive a ajuda da minha amiga e companheira das artes, Natacha Salgueiro. Foi um pouco cansativo, mas compensou. Os noivos adoraram, que é o que interessa.

Semanário 61

Uma semana dedicada totalmente aos arranjos finais da novela gráfica Que sorte a minha, publicada entre 2006 e 2007 no Jornal Barcelos Popular, feita em co-autoria com a Natacha Salgueiro.

Quando falo em arranjos finais, falo em pintura digital e pouco mais, nada que realmente tenha a ver com a escrita, mas que me ocupou algum tempo. Em breve vou tentar enviá-lo para editoras, para ver se alguém quer publicar. Veremos se temos sorte.

Entretanto, enquanto revia o passado desta novela gráfica, dei por mim a ler a primeira versão deste projecto (que não foi a publicada).
Intriguei-me ao reparar que, enquanto na 1ª versão usava muito mais da comédia e até do nonsense, na 2º versão (a publicada) tudo tinha um som bastante mais sério e a comédia passou para segundo, e quase terceiro plano. A verdade é que não me considero muito imaginativa na arte de provocar risadas e isso notou-se muito desde aí. Não é que a história tenha ficada má por isso, mas confesso que a principio criei aquilo com o intuito de fazer rir, e no fim acabei com algo que quase trazia lágrimas ao olhos (notem o quase). Fiquei com saudades dos tempos em que conseguia escrever comédia sem pensar muito nisso, enquanto agora acho extremamente difícil fazê-lo sem achar tais cenas despropositadas e ter vontade de as eliminar quase instantaneamente.
Mudei como pessoa, e consequentemete mudei enquanto escritora, enquanto artista, e acho agora que perdi uma parte de mim que ficou para trás no tempo. Uma parte que gostava de escrever coisas divertidas, mesmo que elas não fizessem muito sentido, assim como aquela parte de mim que era capaz de escrever  páginas e páginas seguidas de diálogo, sem uma réstia de narrativa pelo meio.
Posso ter melhorado em muitas coisas, mas no entretanto perdi algo e acho que sinto falta disso.

Um dia quero escrever uma comédia, e, um dia quero voltar a escrever diálogos tão fluídos que nem precisem de narração para se conjugarem, mas nunca quero perder o que ganhei entretanto, apenas amadurecer e esperar que daqui a uns anos não volte atrás e pense que sinto saudades do tempo em que escrevia assim, pois embora as mudanças sejam boas, é triste sentir que se perdeu algo para poder adquirir outra coisa de igual valor, mas que nunca substituirá o que estava lá anteriormente.

A semana passada na Floresta de Livros:
Chovem almôndegas

Artigos que me chamaram a atenção esta semana:
Fear of sucess for writers

P.S.: Alguém vai participar no ScriptFrenzy? Eu ainda não sei ao certo porque estou com medo de não conseguir chegar ao fim, como no ano passado.

Semanário 19

semanario_13A semana que se passou foi nula em termos de produção. Não escrevi uma só palavra (em termos literários, claro está)!

A revisão do Angel Gabriel continua e cada vez me dou mais conta que ainda tenho muito trabalho pela frente.
Para já sei que vou ter de adicionar dois capítulos completos, que acho serem necessários à história e que na altura não escrevi por uma ou outra razão que agora não me recordo, mas que não devia ter lógica nenhuma, visto que fazem falta ao enredo.
Depois vou ter também de desenvolver mais os relacionamentos Amilda/Angel, Ishvar/Angel, Amilda/Catalysm e Omniua/Gabriel.
Foquei-me tanto no Gabriel e na Angel que me esqueci de dar mais profundidade às outras personagens. Coisas … Para isto é que serve a revisão afinal de contas.
Portanto … muito trabalho! Não estou a ver o fim … mas nada que me deixe em baixo. Vou fazer o meu melhor para aplicar as mudanças rapidamente e ter uma versão pronta para entregar aos meus “críticos de serviço” para depois eles me darem uns pontapés no estômago e eu ter de reformular tudo outra vez. Auch!
As criticas construtivas são sempre bem vindas, mas às vezes doem.

O PFA esteve mais calminho esta semana. Talvez porque eu nem tenha tido muito tempo para pensar. Claro que todas as personagens continuam lá … a melgar-me dizendo-me que querem sair da minha imaginação, directamente para o papel. E eu, com cada vez menos resistência, lá lhes explico que não pode ser, que tem de esperar. É bom quando nos apaixonamos por uma nova ideia, mas o que fazemos com todas as outras que também querem o nosso amor? Se não há tempo para as escrever a todos de uma vez?
Era tão bom se tivéssemos uma impressora ligada ao nosso cérebro e ela imprimisse tudo o que corre nos nossos cérebros mais depressa que o pensamento. Ai, como isso pouparia tempo, trabalho e daria oportunidade a todos estes mundos para ganharem vida entre linhas.
Às vezes penso que o meu cérebro trabalha demais.Os meus olhos às vezes movem-se de um lado para o outro como doidos e o meu coração dá pulos quando imagino uma cena forte. Já para não falar dos suores e da respiração rara quando penso numa cena rápida, de cortar a respiração. Eu vivo demasiado intensamente estas minhas desventuras.
E a vida? Não me consigo entreter muito com ela … porque normalmente a realidade é muito mais cruel do que qualquer coisa que eu possa imaginar e isso deixa-me triste.

Bem … mudando de assunto …
Nunca aqui vos falei disto, mas há sempre uma primeira vez para tudo:

Uns anos atrás, eu e dois outros amigos, a Natacha e o Joel decidimos qu queriamos fazer algo em conjunto. Esse projecto viria a chamar-se “Life’s String“. Nessa altura definimos alguns pilares de suporte para a história. A ideia era ser um filme (longa metragem), mas no final ficou decidido torná-la uma foto-novela. O projecto ficou estancado por coisas da vida.
Agora, anos depois, os três decidimos que era altura de resuscitar essa ideia. A blog Under the silver moon foi criada para isso mesmo.
Ainda estamos a começar e pouco ainda está definido quanto a este, que promete ser, um longo e desafiador projecto.
A blog está em Inglês, porque o Joel assim se lembrou de a fazer. Também torna-a mais acessível, o que é bom. Eu pretendo colocar lá algo hoje por isso dêem lá um salto, embora, ficam já avisados, ainda está nos primórdios e pouco é dito sobre o projecto em si.

Esta semana é tudo (e já não é pouco).