Escritor e leitor? * Writer and Reader?

Semanário 160

Como separar o EU-Escritor do EU-Leitor?
Os leitores que nunca tiveram pretensões de escrever um livro, conseguem ler um livro e vê-lo de forma crítica. Talvez até vejam mais que um escritor que leia o trabalho de outro. Será que o leitor e o escritor/leitor lêem  o mesmo livro de forma totalmente diferente?
Acredito que sim, pois enquanto que o leitor procura no livro o que gosta e o que não gosta, o leitor/escritor procura no mesmo livro o que funciona e o que não funciona, de forma a usar isso como um quase estudo para quando passa de leitor a escritor.

Esta impossibilidade de separar os dois é extremamente interessante e enriquecedora em determinadas fases da escrita, no entanto também há o revés da moeda: Quando lê os seus livros, o autor não consegue separar o Eu-Leitor do EU-escrito e desta forma não consegue ver erros que para os outros são óbvios e por vezes nem mesmo consegue ver o que de melhor tem o seu manuscrito por ser incapaz de desligar o Eu-Escritor.

Por mais que tente fazê-lo (desligar o Eu-Escritor quando estou a ler os meus manuscritos e preciso de me sentir como um leitor), nunca consigo. Claro que há coisas que saltam à vista e são impossíveis de ignorar, mas depois existem outras coisas que, quando mais tarde nos são apontadas, só conseguimos pensar “Como é que eu não vi isto?”.

Na semana que passou li textos de três escritoras, na condição de beta-reader (ler o manuscrito antes de ser enviado para editoras e dar opiniões/conselhos) e percebi, talvez mais do que nunca, que o que fiz para elas não consigo fazer para mim mesma. De tal forma que, quando estava a apontar alguns erros ao trabalho dessas escritoras, dei por mim a ter consciência que eu própria havia cometido alguns dos mesmos erros e isso nunca me tinha parecido mal, simplesmente porque não consigo ler o que escrevo com os olhos tão críticos.

Será que mais alguém sente o mesmo?

E porque não podia apenas dedicar-me a esmiuçar os grandes trabalhos dos outros, escrevi também dois contos: um sobre Livros, que vou submeter à Fénix, depois de uma revisão; outro sobre Dragões, que penso submeter à antologia Terrir Monstros Clássicos e este é um conto relacionado com o “Dragões e seus Sacrifícios” que tenho ainda de rever (tanto o conto como o romance).
Como podem constatar a semana foi até bastante produtiva e ainda por cima tive oportunidade de estar num outro encontro de escritores (nanoninjas) que teve lugar no sábado dia 12, no Porto e que foi muito divertido.
Para terminar fica uma paródia da BD “Não Alimente a Caveira“, com argumento meu e desenhada pelo Rui Alex e que está incluída na revista Zona Nippon 1 (já à venda!).

*ENGLISH*

Weekly 160

How to separate the I-Writer and the I-Reader?
Readers who never had any will to write a book can read one and see it with critique eyes. Maybe they can even see more than a writer who reads someone else’s work. Is it possible that the reader and the reader/writer can read the same book in a completely different way?
I believe so, because while the reader looks for what he likes and doesn’t like in a book, the reader/writer searches, in that same book, for what works and what doesn’t, so that he may use that as an almost study for when he himself works as a writer.

This inability to separate the two (reader and writer) is extremely interesting and enriching in certain phases of the writing process, yet here’s also the other side of the story. When reading his own books the author is unable to separate the I-Reader from the I-Writer and by doing so he doesn’t see the mistakes that are very obvious for other people, and sometimes he can’t even discern what his manuscript does best and worst because he is unable to turn the I-Writer off.

No matter how much I try to do this (turn off the I-Writer off when I’m reading my writings and I need to feel like a reader), I never can. Of course some things just jump out and are impossible to ignore, but there are other things that are later pointed out to us and we think (How did I miss this?”.

Last week I read the texts of three writers, as a beta-reader (reading other peoples manuscripts to give advices/opinions, before they are sent to editors) and I realized, maybe more than ever, that what I did for them I’m unable to do for myself. That is so true that while I was pointing out other people’s ‘mistakes’ I suddenly realized I myself had made those same mistakes and never realized it, simply because I can’t read what I write with such criticizing eyes.

Does anyone else feel the same?

And because I couldn’t simply take time to work on other peoples writing, I wrote two short-stories: one about books, to submit to Fénix fanzine, after a revision; another on Dragons, that I think I’ll submit to the Terrir Classic Monsters anthology, and this one is related to “Dragons  and their Sacrifices”, which I still have to revise (the short story and the novel).
As you may guess, last week was productive and on top of that there was another writer’s meeting (nanoninjas) that took place on the 12th, in Oporto and it was a lot of fun.
As a final note I leave you with a parody for the comic “Don’t Feed the Skull“, written by me and drawn by Rui Alex, which is included in the magazine/fanzine Zona Nippon 1 (in stores now!).

Semanário 153 (Weekly 153)

Mais uma vez terão de me perdoar a brevidade deste post. Não tão somente porque o que tenho para dizer não é muito extenso, mas mais que isso pelas razões do costume: tempo. Ah! Se o tempo fosse realmente maleável talvez as coisas fossem mais simples (ou possivelmente mais complexas).

O mais relevante na semana transacta foi o facto de ter recebido algumas opiniões, críticas, elogios e sugestões dos beta-readers iniciais para “Dragões e seus Sacrifícios“. Uma opinião parcial (a aguardar pacientemente pelo restante) e uma opinião total que me fez sorrir imensas vezes e que me apontou algumas lacunas e inconsistências que irei corrigir assim que puder. Obrigada Júlia! (e obrigada Rui, lembra-te que não há pressas. :).

Parece-me impossível, agora que penso bem nisso, mas só mesmo no fim da semana tive a possibilidade de me dedicar realmente à escrita do conto de super-heróis. Não foi um mau começo, mas ainda tenho muito que escrever e que rever antes de o dar por completo. Não sei se ficará pronto a tempo de submeter à antologia, mas verdade seja dita, não estou muito preocupada. Já decidi que é escusado stressar. Se conseguir, óptimo! Se não conseguir, servirá para outra coisa qualquer (talvez para publicar aqui no blog que está tão parado).

Para além disto esta semana que passou pensei muito (aquele tipo de pensamentos que mais parecem coisas reais e que não nos deixam em paz) no meu projecto “Vermelho Sangue” e no que queria fazer com ele.Mais propriamente no rumo a dar a certas personagens e relacionamentos. Tive ideias para algumas cenas bem carregadas de emoção e que muito me agradaram. Se conseguir torná-las tão vivas no papel como na minha cabeça, serão excelentes (infelizmente o resultado final raramente faz jus à ideia).
Talvez seja este ano que pegue no “Vermelho Sangue“. Quem sabe …

Para finalizar, esta semana, pela óbvia falta de disponibilidade, nem tive possibilidade de ver os posts dos blogs que sigo, daí que hoje não haja links para o exterior. E assim aqui vai a intersecção da semana, para vocês caros leitores: Qual foi o post literário (escrita criativa) da semana finda que mais gostaram de ler (em qualquer lingua)? Não se coíbam de auto-promoção.

*English version bellow*

Once more you’ll have to forgive the brevity of this post. Not only do I not have much to say, as the same reason as always applies: Time. Ah! If only time was really malleable then maybe things were simpler (or possibly more complex).

The most relevant development from last week, was the fact that I received some opinions, critiques, praise and suggestions for “Dragons and their Sacrifices”. One partial opinion (patiently awaiting for its continuation) and one of the complete manuscript which made me smile several times and that pointed out quite a few inconsistences that I plan to fix soon enough. Thank you Júlia! (and thank you Rui, and remember, no hurries. 🙂

It seems impossible, now that I think about it, but only by the end of the week did I get a chance to really dedicate time to the writing of the super-heroes short-story. It wasn’t a bad beginning, but I still have a lot to write and revise before it’s complete. I’m not sure it will be ready in time for submission to the anthology, but truth be said, I’m not that worried. I decided it’s useless to stress about it. If  make it, then great! F I don’t, it will be used for something else when it’s finished (maybe to post it here on the blog, seeing as it has been so empty lately).

Aside from that, this last week I thought a lot (and by that I mean the thoughts filled my every waking hour) about my project “Blood Red” and on what I wanted to make of it. More precisely the path I want some of the characters and relationships to follow. I had ideas filled with emotion, and that pleased me. If I can make them come to live in paper as they did in my head, I’ll have something excellent in my hands (unfortunately, most of the times what gets on the pages is far from what the writer envisions).
Maybe this is the year I’ll write “Blood Red”. Who knows…

As a last note, this week I obviously had no time to visit my favorite writing blogs and therefore I have no ‘exterior’ links to share. That being said, and as a sort of interaction wth you readers, I’d like to ask you: What was the best literary post (about writing) you read last week (in any language)? Feel free to self-promote.

Nos meus outros blogs (On my other blogs):
– “O Fim Chega Numa Manhã de Nevoeiro“, de Renato Carreira

Número 5 (Semanário 114)

Lembro-se de há uns meses vos dizer que tinha escrito o guião para uma BD chamada “Não alimentem a Caveira“? Pois comecei a semana passada revendo este guião, fazendo apenas algumas pequenas alterações, já que na sua grande parte estava já bastante satisfatório enquanto banda desenhada de fantasia/comédia.

Durante a semana tive também várias ideias interessantes para o projecto “Vermelho Sangue“, mais especificamente em relação às tecnologias do mundo que criei. Mas também em relação ao “PFA” tive algumas ideias. Nem eu sei quando poderei pegar nestes projectos, e certamente que o “PFA” está ainda bastante longe de ver a ‘luz do papel’, já que vai exigir muita pesquisa, coisa da qual eu não pretendo abdicar quando finalmente decidir iniciar o projecto de verdade.

Depois de terminado o acima referido, regressei a “Dragões e seus Sacrifícios“, com muita vontade de finalmente escrever o «Fim», que acabaria por chegar no Domingo (tecnicamente na segunda-feira de madrugada), como anunciado AQUI.
O fim chegou às 00:40h de 20 de Junho de 2011, com 62 154 palavras, reunidas em 173 páginas.
Um número impressionante, tendo em conta que tinha ideia para um conto e nunca pensei que a história tomasse vida própria e desse um romance.
Estou muito contente com o resultado, mas sei que ainda há muito trabalho a fazer antes de dar o projecto por terminado. O fim não ficou exactamente como tinha pensado (em linhas gerais sim, mas na execução ficou diferente), e não creio que isso tenha sido mau. Mais uma vez deixei que a história se contasse a si mesma, sendo os meus dedos apenas escravos da história.
Agora vou deixar o texto marinar durante uns meses, antes de voltar a pegar-lhe para a primeira ronda de revisões e posterior envio aos primeiros proof-readers. Entretanto tenho muitos outros projectos a precisarem de atenção, mas esses são para relatar no semanário que vem. 🙂

E com isto (nem acredito bem no que vou dizer), mas apercebi-me de “Dragões e seus sacrifícios” é o QUINTO romance que termino desde 2009 (estou a referir-me a primeiros rascunhos, pois realmente terminados tenho, até agora, três). 5! Mal posso acreditar! No fundo acho quase impossível ter feito tanto em, relativamente, pouco tempo, mas a verdade é que pelo menos no último ano tenho-me dedicado mais que nunca.
Não estou publicada. Isso é verdade. Mas eu escrevo porque preciso de narra as histórias que tenho na cabeça, e não porque sinta a necessidade de ser publicada. Claro que isso seria uma mais valia, e não desistirei de tentar, mas sinto-me feliz só por saber que cheguei onde cheguei com força de vontade (e apoio de família e amigos).
Se me perguntassem, em inícios de 2008, se eu sonharia alguma vez escrever cinco romances em menos de três anos, eu desataria a rir. Provei a mim mesma que a força de vontade tudo consegue, e que se não nos dedicarmos realmente aquilo de que gostamos, estamos a deixar-nos ficar mal (só a nós mesmos, e a mais ninguém).
Talvez abrande um pouco o ritmo a partir daqui, ou talvez não. Ideias não faltam, objectivos estão traçados e tenho pretensões de chegar a algum lado. Quem sabe se tenho sorte? Quem sabe se tenho talento? Mas vou tentar, e logo outros poderão dizer de seu juízo (quando chegar o momento, sejam meiguinhos 🙂 ).

Nos meus blogs Floresta de Livros e Asas da Mente:
Uma demónio, um desenho de personagem para a referida história “Não alimentem a Caveira”;
Um Rapaz, mais um desenho de personagem para a referida história “Não alimentem a Caveira”;
– Top Ten Tuseday – Awww Moments in books;
– Booking Through Thursday – Interactivos;
– “Ubik – Entre 2 Mundos“, de Philip K. Dick.

No exterior:
Writing is Scary, no The Enchanted Inkpot;
A tip for the first time novelist, no Writer Unboxed;
The Escape, no Deadline Dames;
Sobre a auto-edição. no A Lâmpada Mágica;
Writing from a woman’s point f view, no Modern Author Showcase;
Behind the scenes: Bifurcações, no Crónicas Obscuras;
On the edge of your seat – Creating Suspense, no Writer Unboxed;
Discover the perfect place to insert backstory, no WordPlay;
4 Tricks for picking the pefect word, no WordPlay;
Killing the sacred cows of publishing: Rewriting, no blog de Dean Wesley Smith;
Finish! Kind of …, no blog de Rachel Vincent;
Where one writes, no blog de Patricia C. Wrede;
Head-Hopping, no Writer Unboxed;
Time’s ticking, no ACME Authors Link;
O mito do «fácil», n’ O Portal dos Sonhos;
Entrevista a David Soares sobre “Batalha”, no Cadernos de Daath;
Como qualquer propriedade quântica, no Efeitos Secundário;
What’s it like to be a girl, no Writer Unboxed;
Save your readers from boredom, no WordPlay;

Aconselho também a verem os vídeos do Conversas Imaginárias. Eu assisti ao vivo, mas os que não puderam estar pressentes, é uma excelente forma de ver o que por lá se passou

A aproximação do fim (Semanário 113)

Lembram-se de eu ter mencionado o meu ‘receio’ pelo o fim de toda e qualquer história que escreva? Pois bem, “Dragões e seus Sacrifícios” não foi excepção.
Estava já na quinta-feira, tinha aberto o documento mil e quinhentas vezes, mas ainda não tinha conseguido escrever NADA.

The Dread!

Sinto-me uma incompetente quando isto acontece, mas por mais que tente dizer a mim mesma que está tudo na minha cabeça, que se não ficar bem depois posso alterar tudo na altura das revisões, a verdade é que o meu corpo não reage e eu fico com ‘medo’ da folha em branco.
Bem vistas as coisas, não sei o que é pior. Se o terror de começar a escrever uma nova história e querer que ela seja perfeita desde a primeira palavra, se a percepção de que a meio do manuscrito a história não está a ir exactamente como tínhamos em mente (sendo que costumam ganhar vida própria), ou se por fim será o horror dos capítulos finais, em que queremos dar um desfecho merecedor à trama e um final verdadeiro às personagens (ou que pelo menos parece verossímil).

Enfim, na quinta-feira lá consegui escrever qualquer coisa. Depois veio a sexta-feira em que passei o dia enfiada no quarto a limpar e mudar as coisas de sítio (de vez em quando dá-me para as mudanças). No sábado … bem … não escrevi nada (basta dizê-lo), e no domingo fui passear para ao belíssimo Parque Natural do Alvão (visitem que vale a pena), e claro está, não escrevi nada.

Ou seja, o resultado da semana é que só escrevi um dia, mas, surpreendentemente (até para mim que só fui ver a contagem agora), esse dia único resultou em perto de 5000 palavras. Nada mau!

Estou confiante que esta semana, agora sim!, vou finalmente escrever a palavra «Fim» no “Dragões e seus sacrifício“, e seguir em frente com outros projectos e outras aventuras.

E vocês? Têm algum momento da escrita em que sintam um ‘medo especial’ pelo que estão a fazer?

Nos meu blog Floresta de Livros:
– “O Highlander Negro“, de Karen Marie Moning;
– Top Ten Tuseday – Settings in Books;
– “Dark Swan – Storm Born 2“, novela gráfica de Richelle Mead
– “Pariah 1“, novela gráfica;
– Booking Through Thursday – Comprado ou Emprestado?;
45 Days Book Challenge;

No exterior:
Notas de Leitura, no Horas Extraordinárias;
From ‘Harry Potter’ to ‘Twilight,’ the Enduring Draw of Young Adult Fiction, no The Atlantic;
Talk About Heroes (Please!), no Murder he Writes;
Behind the Scenes: Plan the Work, Work the Plan, no Crónicas Obscuras;
The Mystical, Magical Moments in Creative Writing, no ACME Authors Link;
What a Coincidence, no Writer Unboxed;
Pantsing vs plotting: effects on stories, no blog de Deanna Knippling;
Introduce Important POVs as Soon as Possible, no WordPlay;
Bold New Frontiers, no Writer Unboxed;
My novel is playing tricks on me, no A Novel Idea;
Write your query first for a better book, no Writer Unboxed;
Breaking rules, revised, no Murder She Writes;
Genre in the mainstream – The (Depressing) Science Fiction Novels That Cross Over, no Tor.com;
It’s Not A Disability, It’s A Super Power!, no Tor.com;
Copyright Questions, no The Book Designer (não tem a ver directamente com a escrita, mas achei interessante);
Writing Male Characters, no Modern Author Showcase;

Co-autoria (Semanário 111)

A semana que terminou, foi até bastante preenchida a nível literário. Trabalhei todos os dias (tirando fim-de-semana) no “Dragões e seus Sacrifícios“, e estou bastante contente com os resultados. A história escapou-se ao meu controle e tomou vida própria, o que me proporcionou autênticos momentos de surpresa. Redescobri algumas das personagens e conheci outras, além de que tenho agora uma noção clara de como vou chegar ao fim da história (até aqui sabia qual ia ser o final, mas não o exactamente o que levaria a ele – são aqueles detalhes que só desvendamos quando estamos a escrever o romance pela primeira vez).
Estou confiante que muito em breve terminarei este romance e poderei passar a outros assuntos literários.

Também na semana passada surgiu uma oportunidade interessante de parceria com um desenhador, para fazer uma BD. A ideia é que eu escreva o guião e ele desenhe. Não vou revelar nomes, para já, porque ainda nada é definitivo, mas assim que souber algo em concreto deixarei aqui mais pormenores.

Noutro assunto, na quarta feira passada enviei participações para dois concursos, e estou a ponderar mais alguns. Não sei se sou só eu que tenho um pouco de ‘receio’ destes concursos, mesmo dos que sejam claramente legítimos, pois por vezes têm cláusulas que provocam algum incómodo. No entanto, acho que pesando bem os prós-e-contras, não são uma alternativa má. Não vou referir quais os concursos em que participei, nem as obras que submeti (embora este último ponto seja quase óbvio), para não dar ‘azar’ (não acredito muito nestas coisas, mas de que serve andar a contar a toda a gente, se há a grande probabilidade de no fim não dar em nada?)
Noutra nota, nos últimos tempos tenho pensado, com uma certa frequência, nos livros escritos a duas ou mais mãos (também as antologias me têm populado as ideias, mas isso é outro assunto). Sempre tive alguma curiosidade em perceber como dois autores, que possivelmente moram longe um do outro e têm estilos um pouco diferentes, conseguem co-autorar uma obra literária que não fique uma confusão total.
Na verdade já o fiz uma vez, há muito tempo atrás, nos primórdios da minha jornada narrativa. Foi com a amiga (Natacha Salgueiro), cujo talento invejei e que acabou por ser o motivo principal porque me meti a escrever as minhas primeiras histórias. O nome desse trabalho conjunto ilude-me neste instante, mas lembro-me bastante bem do que falava. Na altura eu e ela decidimos qual seria a trama central e cada uma de nós alternava a escrita de um capítulo. Foi interessante, mas não pensei nunca voltar a fazê-lo.
Hoje em dia vejo as coisas de um prisma um pouco diferente. Se por um lado gosto da independência que escrever sozinha me traz, por outro parece-me que seria um desafio muito interessante escrever um livro em co-autoria com outro/a escritor/a.
Não é que esteja a ponderar fazê-lo nos próximos tempos (tenho demasiados projectos em mãos, para me arriscar em algo semelhante), mas quem sabe, um dia?

E vocês? Já o fizeram alguma vez, ou gostariam de fazer? Têm alguma ideia de com quem gostariam de trabalhar em algo assim?

No Floresta de Livros:
Soberba Escuridão – divulgação;
– Top Ten Tuesady – Books you lied about;
– Booking Through Thursday – Rotina;
– “A Filha da Floresta“, de Juliet Marillier.

No exterior:
Return to Writing in Six Steps, no How Not to Write;
Tertúlia Literária do Clube Ana, no Cadernos de Daath;
How Does Reading/Writing Fantasy Feel?, no The Enchanted Inkpot;
Why it isn’t about the Big Publishing Deal, no The Innocent Flower;
Break these rules, no Soul of a Word;
Beating the Odds, no EEV’s Blog;
Has your protagonista changed his ways?, no WordPlay;
So you want to be a professional writer?, no Writer Unboxed;
Why Science Fiction needs Violence, no Tor.com;
The Narrative Arc of a Few Remarks, no Soul of a Word;
The Sky is Falling! Will Be Falling! Might Be! Maybe…, no blog de Karina Copper;
Eis, A Meu Ver, O Rosto Do Verdadeiro Terror, no Efeitos Secundários;
The Juggling Act, no Writer Unboxed;
Are Happy Endings a Must?, no WordPlay.

Esta semana houve também lugar para uma troca de opiniões sob a forma de blog posts, sobre o FC&F em Portugal, e a exigência literária que deve ser presença nacional:
A Estrada e a Catacrese, no I Dream in Infrared (em resposta a “Hipérbole e Consequência“);
Road to Nowhere, no Blade Runner (em resposta a “A Estrada e a Catacrese“);
Ala … Triste – Uma última opinião, no I Dream in Infrared (em resposta a “Road to Nowhere“)
Hell hath no fury like a worn cliché, no Blade Runner (em resposta a “Ala … Triste – Uma última opinião“);
São bandos de pardais à solta, no Efeitos Secundários (em relação a todos os posts anteriores);

Saltitar (Semanário 110)

No início da semana, terminei a revisão do “Através do Vidro” e fiquei satisfeita. Não sei se será realmente a última vez que mexo no manuscrito, mas para já estou contente com o resultado e sinto que a história cumpriu o seu objectivo. Entretanto nestas revisões finais acabei por cortar uma boa parte do que tinha escrito, especialmente um cena que me pareceu que não fazia avançar em nada a narrativa e que por isso pus de lado. na verdade a dita cena era até interessante do ponto de vista das personagens, mas ao mesmo tempo pareceu-me que o desenvolvimento teria o mesmo impacto sem a necessidade de ser tão exaustiva e assim decidi retirar. Estou convencida que foi a melhor escolha.

Mal terminei o projecto anterior, regressei de imediato ao “Dragões e seus Sacrifícios” (nome temporário). Foi bom voltar a escrever esta história, especialmente quando se aproxima a passos largos do final. Tive de reler as últimas páginas que tinha escrito, para me voltar a ambientar com o tom narrativo e com as personagens, pois por mais curta que tenha sido esta ‘intermitência’, a verdade é que entretanto envolvi-me na revisão de dois projectos muito distintos e era inevitável que eu acabasse por baralhar as vozes narrativas se não me tornasse a ambientar antes de começar (e só ao reler saberei se, mesmo com este cuidado, não cometi um qualquer erro de narração).
Acho que este é um dos vários ‘senãos’ de saltar de um projecto logo para o seguinte, mas tal é inevitável quando temos objectivos e já temos as ideias em ordem.

Se, por exemplo, eu terminasse um projecto e ainda não tivesse bem estruturado o próximo, iria então estar algum tempo ocupada com pesquisas, com encadeamento da acção, com conhecer melhor as personagens, decidir quais as cenas que são fulcrais, etc. Mas quando acabamos um, e o próximo já está pronto para ser iniciado, a coisa muda de figura. Ou parámos e não escrevemos durante uns tempos, ou então temos mesmo  de seguir em frente, deixar para trás o projecto finalizado e começar do zero (ou quase).

Normalmente tento sempre intercalar dois romances com alguns contos, que me dão mais ‘folga’ e permitem-me criar outro tipo de enredos e experimentar diferentes tipo de escrita, já para não falar que tendo a arriscar mais nos géneros em contos, do que propriamente em romances (não porque sinto que não o consiga fazer numa história mais longa, mas simplesmente porque as ideias que uso para contos, não poderiam ser ‘esticadas’ em romances, ou melhor, eu não sinto que elas dessem bons romances).

E vocês? Que costumam fazer entre a escrita de um romance e o início do seguinte? Começam logo o segundo, ou deixam passar algum tempo entre projectos?

No Floresta de Livros:
– Top Ten Tuesday – Minor Characters;
– Booking Through Thursday – Impróprio para a Idade.

No exterior:
Behind the book: Why write with a friend?, no Dear Author;
Character Motivation, no Murder she writes;
100,000 Reasons Why You Probably Can’t Banish Envy, no Writer Unboxed;
Non-White Heroes: The Kiss of Death in the Marketplace?, no Murderati;
What’s in a Name?, no The Deadline Dames;
Why You Should Spend More Time on Character Than Action, no WordPlay;
Wanted: Automatic Title Generator, no Murder She Writes;
Sintomatologia do Eterno Recomeço, no Blade Runner;
The Kung Fu Panda Guide to Writing Action Scenes, no WordPlay;

Medicina (Semanário 103)

Esta semana não foi a segunda-feira, mas antes a terça-feira que se mostrou mais produtiva. Fiquei pasma com a contagem, e não são muitas as vezes que tal acontece, mas e não é que repeti a proeza na quarta-feira também?
Além do mais foi para escrever uma parte da história que é bastante importante e na qual ainda vou ter muito que limar, depois durante a revisão.

Foi também na semana que findou que me deparei com um dilema. A minha história é fantasia, mas passa-se numa época em tudo semelhante à nossa idade medieval. No entanto eu cheguei a uma espécie de entrave, onde a fidelidade histórica entra em conflito com algo que acho determinante para a história. Algo que não era comum naquele tempo, mas que, sendo este um mundo fantasia e não sendo o elemento muito estranho, talvez pudesse passar despercebido.
Será que por ser fantasia me posso dar a esse pequeno (e quase insignificante, mas ainda assim significante) ‘luxo’? Ou estaria a ser abusiva?
Refiro-me a duas situações:
1) A minha protagonista tratar o pai por “papá”, em vez de “senhor meu pai” ou coisa parecida. Não posso ter certezas, mas duvido que naquele tempo houvesse o tipo de familiaridade capaz de deixar uma filha tratar o pai por algo tão … ‘desrespeitoso’ (para a época, claro está). No entanto, a razão porque o queria fazer era porque os dois têm uma relação muito próxima e não me parece que tal proximidade conseguisse ser transmitida com palavras tão ‘impessoais’ como “senhor meu pai”. Que vos parece? Estou a pensar demasiado nisto? (eu tenho o hábito de entrar em stress pelas coisas mais insignificantes);
2) O poder curativo das plantas. Não tenho a certeza quando foi descoberto o poder curativo de algumas plantas, e tanto quanto percebi pela minha pesquisa sobre a medicina da altura, esta não era especialmente avançada, mas na minha história dei à minha protagonista alguns conhecimentos medicinais (tem lógica), mas que talvez ainda não fossem correntes na época. Pelo menos não no início da era medieval (talvez mais lá para o fim). Alguém sabe?
Fico na dúvida se devo dar a volta a estas situações, ou se mantenho, pelo bem da minha sanidade mental (mais o 2 que o 1, porque já procurei e sinceramente o sistema de cura deles era bastante rudimentar e poucos são os pormenores que nos são dados em relação às matérias que eles usavam naquele tempo).
Faz algum sentido eu estar a stressar tanto por causa dito? Às vezes parece-me que não, mas outras …

Enfim, esta semana foi boa na escrita, mas também na dose de dores de cabeça.

No Floresta de Livros:
3ª Convenção Nacional de BookCrossing;
– Booking Through Thursdays – Manchetes;
– “Na Sombra do Desejo“, de J.R. Ward;
Meme Literário.

Exterior:
The Turning Point, no Deadline Dames;
That Setting Thing …, no The League of Reluctant Adults;
What’s your story’s agenda?, no Writer Unboxed;
Critique and Beta Readers, no Deadline Dames;
Take a Break, no Writer Unboxed;
Comic: While you’re sleeping, no Writer Unboxed;
Why vague writing is weak writing, no Wordplay;