Escolhas (Semanário 115)

No facebook, na sexta-feira passada, escrevi uma pequena nota a denotar o meu ‘dilema’. Nesta altura queria estar a trabalhar e alguns contos curtos, já que sinto saudades dessa forma narrativa, mas a verdade é que neste momento não tenho nenhuma boa ideia para conto, apenas para mais romances. E, como devem imaginar, não estou ainda preparada para saltar para outro longo projecto, até porque tenho de trabalhar nas revisões do “Alma“, que vão demorar muito, mas mesmo muito tempo.

Durante a semana também pensei bastante nas ideias que tenho e muito especialmente numa que, neste momento, ainda não tem nome, mas que foi a história base para a BD curta (ainda por desenhar) “Não alimentem a caveira” (que já referi aqui noutras semana). Acho que de todas as ideias que tive até hoje, esta foi a única que surgiu de um sonho. Não sou, por norma, das pessoas que usa os sonhos como pilares das histórias, mas esta ganhou forma a partir daí. E esta semana vi-me embrenhada em pensamentos sobre o enredo, as fundações do mundo na história, e as personagens. Já sentia saudades de ser apanhada nas teias de uma história (quase) nova, em que tudo é descoberta.
Deu vontade de começar a escrevê-la de imediato, mas não vou fazê-lo, não só porque sei que seria um erro (com a história ainda bastante verde na cabeça), como pelo facto já referido de ter outros planos literários para os próximos tempos (revisões … o horror!).

Enfim, com todas estas ideias, e nunca esquecendo a BD já referida, dei por mim com saudades de desenhar BD. Como já devem saber, a BD é uma das minhas outras paixões (lado a lado com a ilustração, a pintura e a fotografia), mas tive de a deixar de parte em prole da escrita. Há que fazer escolhas, e esta foi a minha. Infelizmente (ou talvez felizmente), vários são os momentos em que sinto saudades (diria mesmo que acontece quase todos os dias) dos dias que passei quase exclusivamente dedicada à BD e Ilustração (amadoras). Tenho plena consciência que esta ‘experiência’ no campo da BD me ajudou imenso, quando mais tarde regressei em força à escrita, pois apesar de serem formas completamente distintas de transmitir histórias, a verdade é que têm muito em comum, especialmente no que refere ao guião (mas, convém denotar que são também bastante diferentes, mesmo nas suas semelhanças).
A verdade é que gostava muito de ter tempo para me dedicar tanto ao desenho/pintura, quanto me dedico à escrita, ou pelo menos ter um pouco mais de tempo do que tenho nesta altura da vida. Tenho três guiões escritos que quero desenhar (dois deles são bem extensos), e uma outra ideia já muito antiga, que eu temo nunca vir poder a concretizar, visto que exigiria anos de dedicação.
Fiz a minha escolha em 2008, mas por vezes custa saber que tenho de abdicar, de certa forma, de uma coisa que gosto em prole de outra. Isto porque, por mais que queira, o tempo não chega para tudo. Aos poucos vou tentando fazer alguma coisa em termos de BD, mas é tão esporádica, tão … insignificante, que não consigo sentir-me realmente feliz nem com esses pequenos triunfos.

Noutros assuntos, apostei em enviar o “Angel Gabriel – Pacto de Sangue” para mais umas quantas editoras, a ver se alguma mostra interesse. Só tenho de tornar a repetir uma coisa que talvez o tenha (ou não) dito aqui no blog. Fico muito desapontada com as editoras portuguesas, quando vejo que nem se dignam a responder aos emails de submissão. Um simples «não estamos interessados» seria mais justo e cordial do que o grande “nada” que muitas das grandes editora oferecem aos autores. Seria muito difícil responder? Afinal há várias editoras que respondem, por emails já estereotipados, mas ao menos respondem e mostram algum respeito pelo trabalho dos outros. É muito mau quando se vê que muitas (infelizmente a maior parte, até agora), simplesmente não acham que devem (ou podem?) fazer algo tão simples como enviar um email de resposta. Como se isso fosse demorar horas a fazer.
Pelos vistos não sou a única a queixar-me disto, porque já o ouvi da boca de muitos outros autores. É triste!

Nos meus blogs Floresta de Livros e Asas da Mente:
– Top Ten Tuesday – Reasons I love being a book blogger;
Gustavo dois desenhos;
Takezo um esboço;
– “Fortune’s Folly“, um livro de Deva Fagan;
– Booking through Thursday – Banda Sonora;
João um desenho;
Julie & Julia, o filme;
Meme Literário.

No exterior:
Should the grass be greened?, no Writer Unboxed;
What is my novel, no The Enchanted Inkpot;
Six A.I. types who annoys us to death, no Lightspeed magazine;
Reworking, no A Novel Idea;
Lord Andrew, no blog de Elisabeth Boyle;
Behind the scenes: Nome Certo, no Crónicas Obscuras;
Qual a diferença entre um livro novo e um livro usado?, no Pó dos Livros;
Dangers of the passive protagonist, no WordPlay;
Let’s talk about sex, no Writer Unboxed;
How to edir your own ebook, part 3, no blog de Deanna Kippling (abrange tanto ebooks como para não-ebooks);
Five Bits of (maybe useless) advice, no The Deadline Dames;
Can your heroine be too strong?, no WordPlay;
The art of writing believable men, no All about Romance;
What to do with too many words, no ACME Authors Link;
5 ways to edit with fresh eyes, no Writers Anonymous;
Coincidence and the writer, no Soul of a Word;
Behind the scenes: Baptismo, no Crónicas Obscuras;
Failed Writer: Revisions (vídeo), no Writer Unboxed;
Quando me vierem perguntar, no Efeitos Secundários;
What everybody knows, no blog da Patricia C. Wrede;
Why there’s no such thing as a writing expert, no WordPlay.

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